Tarde chuvosa de uma quinta-feira de um dezembro interminável, como costumam ser todos os dezembros, no Rio de Janeiro. A casa olha o mar e é olhada pelo Cristo Redentor, a “Casa do Vento” a casa do poeta Nejar e de Elza, musa e guardiã, da vida, dos sonhos e das inquietações desse grande criador.
Da janela do escritório onde conversamos, o mar é a trilha sonora composta e executada pelas aves marinhas aperfeiçoam o momento. Do que mais o poeta precisaria? Do que mais, além da natureza e da sua consciência? Do que mais, além do equilíbrio exato entre amor e razão?
Estávamos lá, o poeta e este aprendiz, mais tarde fomos ao encontro de Elza, ou melhor, do carinho elegante de Elza. A intimidade do Nejar, o café com o Nejar, permanente poeta, incansável sentinela do tempo. Elza foi cuidar de questões práticas, a casa é enorme e esse casal a torna aconchegante.
Novamente a sós com o poeta, novamente em frente a janela por onde mar e aves nos espiam, me veio a repetida sensação de que sempre que estou com ele também estou com mais alguém que não se permite ser visto. Coisa de poeta amigo de Deus.
Conversamos sobre literatura, justiça, honestidade e expectativas.
Leia a entrevista com o nosso maior poeta vivo: